A importância da
inserção da educação alimentar no ambiente escolar da educação infantil reside
na convergência entre aspectos da pedagogia com a instrução nutricional, que se
alicerça nas atividades com brincadeiras. As brincadeiras auxiliam o
desenvolvimento global da criança, que se capacita a exercitar e organizar o
pensamento — formando sua individualidade e sua linguagem. Essa estratégia
pedagógica se vale de diversos jogos com o fim de incentivar a criatividade, a
sociabilidade e a espontaneidade da criança, além de consistirem o melhor
método de iniciação ao prazer estético, a descoberta da individualidade e a
meditação individual.
Os educadores
desempenham papel fundamental na tarefa de transmitir o hábito da alimentação
saudável às crianças. A ação em conjunto entre os nutricionistas e os
educadores é imprescindível para que se consigam resultados satisfatórios na
construção do projeto de alimentação saudável nas escolas. Uma vez que
trabalham cotidianamente com o grupo de alunos da instituição de ensino e
constituem um ponto de referência para as crianças, os educadores podem exercer
uma função de grande relevância ao demonstrar a importância de se alimentar com
equilíbrio.
A alimentação
saudável significa a busca pelo equilíbrio entre os diversos tipos de
alimentos. Trata-se, portanto, de planejar a alimentação através de todos os
grupos alimentares, com o objetivo de obter a mais completa dieta do conjunto
de nutrientes: cereais (energéticos, a base da alimentação), frutas,
hortaliças, proteínas (animais e vegetais) e até açúcar e gordura.
É indiscutível a
importância de uma alimentação adequada, visando assegurar o crescimento e o
desenvolvimento durante a infância, além de seu papel na manutenção da saúde e
do bem-estar do indivíduo. O hábito alimentar saudável se inicia na infância,
e, ao conseguirmos inserir esse costume no processo educacional mais tenro,
conseguiremos grande êxito na formação saudável das crianças, que permanecerá
até a idade adulta. Algo muito curioso que tenho notado é a freqüência com que,
hoje, muitas crianças são criadas por seus avós, que cultivaram hábitos
alimentares conservadores, e argumentam com estes sobre aspectos da alimentação
saudável que aprenderam na escola. De fato, a alimentação equilibrada concorre
para a diminuição de ocorrência de doenças crônicas não-transmissíveis, como
pressão alta, diabetes, colesterol elevado, hipertensão e obesidade.
As crianças
necessitam de estímulos para se alimentarem e a infância é o momento ideal de
inserção dos hábitos saudáveis de nutrição. Nesse contexto, os professores
desempenham cumpre função essencial na formação desses hábitos, da memória
alimentar e do paladar de seus alunos. Para esse fim, os nutricionistas
procuram executar todo um trabalho de preparação dos profissionais de educação
para criar a mais apropriada relação das crianças com a alimentação. Noções referentes
à rotina diária de alimentação, ao conhecimento do ato de se alimentar, ao
comportamento à mesa e à forma como apresentar os alimentos reforçam a ideia da
alimentação saudável nos alunos.
Aos educadores
competem algumas ações indispensáveis no sentido de aprimorar os bons hábitos
alimentares: jamais utilizar postura de chantagem ou castigo; não fazer
comentários negativos sobre alimentos; estimular e orientar sobre a importância
do consumo de certos alimentos; não misturar as preparações para que as
crianças reconheçam os diferentes alimentos; não retirar do prato o alimento
rejeitado, tentando identificar o motivo da recusa; não supervalorizar
significados carreados pelos sentimentos; e, servindo como exemplo, participar
da refeição, sempre que possível, junto com a criança e estimulá-la a comer e
saborear os alimentos.
Quanto ao campo de
conhecimento da educação nutricional, é um processo multidisciplinar que
procura desenvolver a motivação pela alimentação saudável e despertar nas
crianças a escolha por esse hábito. As metas estabelecidas pelos profissionais
encarregados dessa prática são: formar valores relativos à alimentação;
promover a saúde individual e coletiva; reduzir os riscos das doenças crônicas
não-transmissíveis; e prevenir os distúrbios nutricionais.
www.sineperio.educacao.ws/arquivos/renata%20lima.docx
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